Língua Portuguesa - 7º ANO "A" - matutino - Professora Regilani - 06/05/20
Escola Estadual Professor Marcilon
Dorneles
Professora: Regilani Alves
7º ANO "A" - Matutino
Data: 06/05/20
Gênero: Entrevista
Regime Especial de Aulas Não-Presenciais - Língua Portuguesa
Olá!!!
Meus amores, hoje nós realizaremos uma
atividade sobre o gênero textual: ENTREVISTA.
Vamos
recordar:
Características da Entrevista
- Textos
informativos e/ou opinativos
- Presença
do entrevistador e do entrevistado
- Linguagem
dialógica e oral
- Marca
do discurso direto e da subjetividade
- Mescla
da linguagem formal e informal
Exemplos de Entrevista.
Segue abaixo a entrevista (escrita e em
vídeo) entre o jornalista Júlio Lerner e a escritora brasileira Clarice
Lispector, veiculada no programa “Panorama”, da TV Cultura, dia 1 de fevereiro
de 1977, ano da morte da escritora.
Exemplo 1 :
Trecho da Entrevista Escrita
Clarice
Lispector, de onde veio esse Lispector?
É um nome latino, não é? Eu perguntei a meu
pai desde quando havia Lispector na Ucrânia. Ele disse que há gerações e
gerações anteriores. Eu suponho que o nome foi rolando, rolando, rolando, perdendo
algumas sílabas e foi formando outra coisa que parece “Lis” e “peito”, em
latim. É um nome que quando escrevi meu primeiro livro, Sérgio Milliet (eu era
completamente desconhecida, é claro) diz assim: “Essa escritora de nome
desagradável, certamente um pseudônimo…”. Não era, era meu nome mesmo.
Você chegou
a conhecer o Sérgio Milliet pessoalmente?
Nunca. Porque eu publiquei o meu livro e fui
embora do Brasil, porque eu me casei com um diplomata brasileiro, de modo que
não conheci as pessoas que escreveram sobre mim.
Clarice, seu
pai fazia o que profissionalmente?
Representações de firmas, coisas assim.
Quando ele, na verdade, dava era para coisas do espírito.
Há alguém na
família Lispector que chegou a escrever alguma coisa?
Eu soube ultimamente, para minha enorme
surpresa, que minha mãe escrevia. Não publicava, mas escrevia. Eu tenho uma
irmã, Elisa Lispector, que escreve romances. E tenho outra irmã, chamada Tânia
Kaufman, que escreve livros técnicos.
Você chegou
a ler as coisas que sua mãe escreveu?
Não, eu soube há poucos meses. Soube através
de uma tia: “Sabe que sua mãe fazia um diário e escrevia poesias?” Eu fiquei
boba…
Nas raras entrevistas que você tem concedido
surge, quase que necessariamente, a pergunta de como você começou a escrever e
quando?
Antes de sete anos eu já fabulava, já
inventava histórias, por exemplo, inventei uma história que não acabava nunca.
Quando comecei a ler comecei a escrever também. Pequenas histórias.
Quando a jovem, praticamente adolescente
Clarice Lispector, descobre que realmente é a literatura aquele campo de
criação humana que mais a atrai, a jovem Clarice tem algum objetivo específico
ou apenas escrever, sem determinar um tipo de público?
Apenas escrever.
Você poderia
nos dar uma ideia do que era a produção da adolescente Clarice Lispector?
Caótica. Intensa. Inteiramente fora da
realidade da vida.
Desse
período você se lembra do nome de alguma produção?
Bem, escrevi várias coisas antes de publicar
meu primeiro livro. Eu escrevia para revistas — contos, jornais. Eu ia com uma
timidez enorme, mas uma timidez ousada. Eu sou tímida e ousada ao mesmo tempo.
Chegava lá nas revistas e dizia: “Eu tenho um conto, você não quer publicar?”
Aí me lembro que uma vez foi o Raimundo Magalhães Jr. que olhou, leu um pedaço,
olhou para mim e disse: “Você copiou isso de quem?” Eu disse: “De ninguém, é
meu”. Ele disse: Você traduziu?” Eu disse: “Não”. Ele disse: “Então eu vou
publicar”. Era sim, era meu trabalho.
Você
publicava onde?
Ah, não me lembro… Jornais, revistas.
Clarice, a
partir de qual momento você efetivamente decidiu assumir a carreira de
escritora?
Eu nunca assumi.
Por quê?
Eu não sou uma profissional, eu só escrevo
quando eu quero. Eu sou uma amadora e faço questão de continuar sendo amadora.
Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever. Ou então
com o outro, em relação ao outro. Agora eu faço questão de não ser uma
profissional para manter minha liberdade.
Agora assista a entrevista gravada.
Atividade
Produza uma entrevista com alguém da sua casa,
do bairro (um amigo) ou da família.
Feita a escolha, prepare as perguntas que
você fará ao entrevistado de acordo com os temas que serão abordados.
Importante lembrar que ela deverá ser gravada
(voz e vídeo) para facilitar o trabalho posterior de transcrição.
Ø Passos que você deve seguir:
ü Pensar
em um tema para abordar na entrevista;
ü Escolha
quem você irá entrevistar;
ü Elabore
as perguntas sobre o tema que irá perguntar;
ü Grave
um vídeo da entrevista e depois transcreva as perguntas e respostas para seu caderno.
ü Lembre-se
de fazer uma introdução sobre o entrevistado (veja no exemplo).
Bom Trabalho!
Divirta-se com esta atividade!!!



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