Professora: Orlandina 6º ANO B e C - Vespertino Data: 03/06/20

Escola Estadual Professor Marcilon Dorneles
Professora: Orlandina  6º ANO B e C - Vespertino      Data: 03/06/20
Aluno (a):_________________________________________________
Gênero textual: ROMANCE DE AVENTURA
Regime Especial de Aulas Não-Presenciais - Língua Portuguesa

Habilidades: (EF69LP47-A) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, as escolhas lexicais típicas de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo.


ROMANCE DE AVENTURA
Estrutura da narrativa
Os romances são caracterizados pela construção a partir de uma sequência temporal que apresenta uma trama. A estrutura é formada por cinco elementos:
• Narrador: é o que narra a história, pode ser onisciente (terceira pessoa, observador, tem conhecimento da história e das personagens, observa e conta o que está acontecendo ou aconteceu) ou personagem (em primeira pessoa; narra e participa da história e, contudo, narra os fatos à medida em que acontecem, não pode prever o que acontecerá com as demais personagens).
• Tempo: é um determinado momento em que as personagens vivenciam suas experiências e ações. Pode ser cronológico (um dia, um mês, dois anos) ou psicológico (memória de quem narra, flashback feito pelo narrador).
• Espaço: lugar onde as ações acontecem e se desenvolvem.
• Enredo: é a trama, o que está envolvido na trama que precisa ser resolvido, e a sua resolução, ou seja, todo enredo tem início, desenvolvimento, clímax e desfecho.
 • Personagens: através das personagens, seres fictícios da trama, encadeiam-se os fatos que geram os conflitos e ações. À personagem principal dá-se o nome de protagonista e pode ser uma pessoa, animal ou objeto inanimado, como nas fábulas.

Você conhece a história de Robinson Crusoé?
 Observe a cena e responda em seu caderno.
Disponível em:http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=40023, acesso em 14 de maio de 2020.

a)     Descreva as personagens presentes na cena. Como elas estão vestidas? O que elas estão fazendo?
b)     Na sua opinião onde se encontram as personagens?
c)     Na sua opinião, o espaço e as personagens caracterizam que tipo de história?
d)     Com base nas características do espaço e das personagens, você diria que está história se passa nos dias atuais? Por quê?
e)     Observando os elementos que compõem a cena, você acredita que as duas personagens são os vilões ou heróis da história?
f)      A cena acima ilustra a história de Robson Crusoé escrita por Daniel Defoe. Você já a conhece ou já ouviu falar sobre ela? Comente.

Se você tiver acesso à Internet, assista ao vídeo sobre o filme Robson Crusoé. É muito bom!
  Daniel Defoe (1660-1731). Escritor inglês, publicou em 1719 sua mais conhecida obra ―As aventuras de Robinson Crusoé. Nesta obra são narradas as aventuras de um jovem que, em 1652, decide deixar a Inglaterra para enfrentar os mais diversos desafios que as viagens pelo mar podiam lhe oferecer. Depois de escapar de um naufrágio e de libertar-se de piratas, chega ao Brasil, onde se estabelece como proprietário de uma lucrativa plantação que o torna muito rico. Mesmo assim, resolve partir em busca de novas aventuras...,mas o navio em que viajava naufraga e, como único sobrevivente, passa a viver em uma ilha deserta, ao norte da América do Sul. Com o que recupera do naufrágio e com os recursos disponíveis no lugar, constrói tudo o que é necessário para sua sobrevivência. Desse modo, reproduz na ilha muitos aspectos de seu ambiente de origem, a sociedade inglesa do século XVII. Robinson Crusoé vive ali durante muitos anos e as únicas pessoas que avista são alguns indígenas do continente que, de tempos em tempos, desembarcavam nas praias da ilha para realizar rituais de canibalismo. Mantendo-se sempre escondido, Crusoé consegue libertar um prisioneiro indígena que seria sacrificado em uma dessas cerimônias. Esse indígena, em homenagem ao dia em que foi libertado, recebe o nome de Sexta-Feira e torna-se o grande companheiro de Crusoé, auxiliando-o em seus planos para deixar a ilha.
O trecho que você vai ler narra uma batalha que Crusoé e Sexta-Feira, juntos, travam contra os indígenas inimigos do povo de Sexta-Feira. Nesse episódio, acabam libertando alguém muito importante...
Robinson Crusoé
 Celebrei o vigésimo sétimo aniversário da minha vida na ilha de modo especial. Tinha muito a agradecer a Deus, agora mais do que antes, já que os três últimos anos foram particularmente agradáveis ao lado de Sexta--Feira. Tinha também o estranho pressentimento de que este seria o último aniversário comemorado na ilha.
O barco estava guardado, em lugar seco e protegido, esperando a época das chuvas terminar para empreender a viagem até o continente.
Enquanto aguardava tempo bom para lançar-me ao mar, eu preparava todos os detalhes necessários ao sucesso da jornada: armazenar milho, fazer pão, secar carne ao sol, confeccionar moringas de barro para transportar água... SextaFeira andava pela praia, à procura de tartarugas. Voltou correndo, apavorado.
— Patrão, patrão! Três canoas estão chegando com muitos inimigos! Já estão muito perto...
Também me assustei. Não contava com o inesperado: os selvagens não vinham à ilha no tempo das chuvas. Espiei-os do alto da paliçada com os binóculos. Desembarcavam muito próximos do meu ―castelo‖, logo depois do ribeirão. O perigo nunca fora tão iminente...
— Não são gente do seu povo, Sexta-Feira?
— Não, patrão. São inimigos. Eu vi direitinho...
— Assim de tão longe? Como é que você sabe?
— Eu sei. São todos inimigos. Talvez, o objetivo de todos eles seja me pegar!
Acalmei-o. Claro que não tinham vindo até a ilha por causa dele! Já se passara muitos anos..., mas, de qualquer forma, o perigo era grande. Estavam tão próximos que poderiam descobrir-nos facilmente. Se quiséssemos ter alguma chance de sobrevivência, precisávamos atacá-los primeiro, quando não esperassem. Era fundamental fazer da surpresa nosso terceiro guerreiro!
— Você pode lutar? — perguntei ao meu companheiro.
 — Sexta-Feira pode guerrear sim, patrão! Basta dizer o que devo fazer...
Carreguei duas espingardas e quatro mosquetes com chumbo grosso para dar a impressão de muitas balas. E preparei ainda duas pistolas. Reparti as armas de fogo com Sexta-Feira e rumamos para o acampamento dos antropófagos.
Eu levava também a espada, presa à cintura, e meu companheiro, seu inseparável machado. Protegidos pelas árvores, chegamos a menos de quarenta metros do inimigo.
Na hora, não pude contá-los todos. Posteriormente, somando os mortos e os fugitivos, descobri que eram vinte e um. As chamas da fogueira já ardiam, como línguas vorazes à espera da gordura humana, que pingava de membros e partes cortadas para alimentar sua gula.
Eu relutava em atacá-los. Estava mesmo disposto a aguardar o máximo possível, escondido no meio do bosque. E, se descobrisse que iriam embora sem andar muito pela ilha, deixá-los-ia voltar sem importuná-los.
O grupo todo encontrava-se ocupado em soltar as cordas que prendiam mãos e pés de um prisioneiro. Por fim, desmancharam a roda que ocultava o condenado à morte e o arrastaram para perto do fogo. Meu Deus, o prisioneiro era um homem branco! Não, não iria aguardar os acontecimentos. Um homem cristão como eu estava prestes a ser devorado por selvagens antropófagos... Na minha ilha. Eu não podia deixar aquela bestialidade prosseguir!
Fiz sinal a Sexta-Feira. Estava pronto? Então que atirasse com a espingarda, que seguisse meu exemplo...
 — Agora, Sexta-Feira! — berrei.
Os dois tiros ecoaram simultaneamente. Por um instante, o mundo parou. Horrorizados, os selvagens viram vários dos seus guerreiros caírem sem vida. Não conseguiam compreender de onde vinha a morte. As espingardas, carregadas com chumbo grosso, provocaram um enorme estrago entre os inimigos: cinco caíram mortos, três outros feridos. [...]
O mundo então pareceu vir abaixo: a praia virou um enorme pandemônio. Tínhamos sido descobertos, mas ainda assim os selvagens não se atreviam a atacar-nos. Gritos de guerra e raiva misturavam-se aos de dor dos feridos.
Corri ao encontro do inimigo, Sexta-Feira seguiu atrás de mim. No meio do caminho, já na areia da praia, paramos para garantir a pontaria do tiro do último mosquete carregado. Mais alguns mortos e feridos caíram ao chão. Os que ainda se mantinham em pé não sabiam se corriam ou se lutavam. Fomos ao seu encontro.
Ao passar pelo homem branco, entreguei-lhe minha pistola: podia precisar dela para defender-se. A luta prosseguia, agora num combate corpo a corpo. Matei mais dois, três, quatro — não posso precisar quantos — com a espada. [...] Ainda assim, três inimigos conseguiram saltar dentro de um dos barcos e fugiram para o mar. Dois pareciam ilesos; o outro sangrava, estava gravemente ferido. [...]
Corremos para a outra canoa, encalhada na areia da praia.
Antes de fazê-la navegar, descobrimos, deitado no seu fundo, mais um prisioneiro amarrado. De repente, a máscara de guerra, em que se transformara o rosto de Sexta-Feira, tornou-se doce e suave ao avistar o velho homem, imóvel no chão do barco.
Sexta-Feira tratou-o com muito cuidado, dedicação e carinho. Soltou o velho, sentou-o, abraçou-o, apoiou sua cabeça contra seu forte peito, enquanto afagava com mão de criança seus cabelos... Sem o saber, Sexta-Feira acabara de salvar da morte o seu próprio pai.
Os fugitivos já iam longe no mar. Era inútil persegui-los. [...]
Daniel Defoe. Robinson Crusoé: a conquista do mundo numa ilha. Adaptação para o português: Werner Zotz. São Paulo: Scipione, 1990. p. 85-9. Texto adaptado para fins didáticos.

Vocabulário:
Antropófago: ser humano que se alimenta de carne humana.
Bestialidade: comportamento que assemelha o homem à besta (―animal‖); brutalidade, estupidez, imoralidade. Moringa: vaso de barro bojudo e de gargalo estreito usado para acondicionar e conservar fresca e potável a água. Mosquete: arma de fogo similar a uma espingarda.
Paliçada: cerca feita com estacas apontadas e fincadas na terra, que serve de barreira defensiva.
Pandemônio: mistura confusa de pessoas ou coisas; confusão.

Gostou da história?  Vamos analisar o texto? 

1.     Considerando o desfecho do romance lido, podemos afirmar que ele é, de fato, um romance de aventura? Justifique sua resposta.

2.     Quem é a autor do texto?

3.     Quem são as personagens da narrativa de aventura que você leu?

4.     Quem lidera as ações principais da narrativa?

5.     Quem auxilia o líder a alcançar esses objetivos?

6.     Sabemos que o narrador é aquele que descreve os acontecimentos. Qual o tipo de narrador desse conto? Escreva duas frases que comprovem sua resposta.
7.     Que outro final você daria ao texto? Reescreva-o.
8.     Na sua opinião, seria possível acontecer algo assim nos dias de hoje? Explique.

9.     O travessão foi usado nesse texto para indicar a
a)   ( )descrição do ambiente.
b)  ( )fala das personagens.
c)   ( )emoção das personagens.
d)  ( )viagem do Robson Cruzo.

10.  Releia o texto e copie um trecho que caracterize o relacionamento entre Robinson Crusoé e Sexta Feira.








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