Atividades do Regime de Aulas Não Presenciais de Língua Portuguesa 9º "A" e "B"
Escola Estadual Professor Marcilon Dorneles
Trindade, 13 de abril de 2020
Professora Adeliene A. Silva
2º Bimestre

NESTA
AULA VOCÊ IRÁ COPIAR O TEXTO E AS ATIVIDADES EM SEU CADERNO E RESPONDER.
Blecaute
“Sabia que
a luz elétrica, no Brasil, existe apenas de uns 100 anos pra cá?” Essa foi a
pergunta que meu professor de violão clássico me fez no meio de um blecaute
demorado – culpa de um gerador queimado por algum raio – que fez com que a aula
tomasse outro andamento, totalmente improvisado, mas não menos proveitoso.
Não. Eu nunca
tinha pensado nisso. Assim como as crianças do século XXI não sabem o que é
viver sem computador, eu também já nasci dependendo da luz elétrica para tudo o
que faço. Não me imagino sem o banho quentinho, o refrigerante gelado, o
computador, o abajur e tantos outros vícios de conforto que nem percebemos que
só existem por causa da eletricidade.
É certo que, em
tempos de racionamento, lembramos o tempo todo de reduzir seu consumo, mas,
ficar totalmente sem ela, jamais. Duvido que algum torcedor fanático deixe de
acompanhar o Brasileirão no rádio ou na televisão. Duvido também que no
friozinho matinal alguém se atreva a tomar um banho gelado. E eu, confesso, não
deixo de ligar meu secador de cabelo nem de usar a internet, e me recuso a sair
com a roupa amarrotada… A energia elétrica, realmente, é essencial.
Mas, além dos
benefícios da luz, a pergunta do meu professor me fez pensar em como as pessoas
de 100 anos atrás viviam. Aposto que o que parece impossível para nós elas
tiravam de letra. A paciência e o tempo eram muito maiores. E o romantismo
também.
Para se mandar
uma carta, era preciso escrever à mão, levar ao correio, esperar, esperar,
esperar até o destinatário receber, resolver responder, ir ao correio, esperar
outro tanto e, aí sim, descobrir o que ele pensou do que você quis dizer. Hoje
em dia, o assunto já estaria ultrapassado depois de toda essa espera. E a falta
de paciência e o excesso de ansiedade não mais permitem esse luxo. Agora tudo é
feito por e-mail, e, assim que ele é enviado, já queremos receber a resposta.
Para se enxergar
à noite, era necessário usar velas e lampiões. As pessoas se recolhiam mais
cedo, conversavam mais e passeavam sob a luz da lua, sem medo da violência, que
deve ter nascido na mesma época da eletricidade.
Para se ouvir
música, só se fosse ao vivo. Serenatas, saraus, bandas na praça… Talvez por
isso as pessoas de antigamente tinham mais aptidão musical. Desde cedo eram
incentivadas a “fabricar a música”, ao contrário de hoje, em que já a
encontramos pronta em qualquer estação de rádio.
Tudo é costume.
Até alguns anos atrás, eu vivia perfeitamente sem computador e celular. Agora,
se passo um dia sem, me sinto assim. As pessoas começaram a usar e se esqueceram
da tranquilidade de uma noite realmente escura.
Quando a luz
finalmente voltou, minha aula já tinha acabado. Desacostumar com a claridade
foi bem mais difícil do que me adaptar à falta dela. Os olhos arderam, as
pessoas deixaram de ser espontâneas, o romantismo das velas sumiu.
Talvez esses 100
anos de claridade noturna não tenham sido tão pouco assim, já que foram
suficientes para esquecermos o bem que a ausência dela faz. O melhor é usar a
desculpa do racionamento, apagar todas as luzes e mudar o andamento da vida,
antes que um clarão mais forte ofusque, irreversivelmente, a nossa visão. E nos
faça esquecer que o improviso de uma vela pode iluminar bem mais…
(PIMENTA,
Paula. “Apaixonada por palavras”. Belo Horizonte: Ed. Gutenberg, 2015.)
ATIVIDADES
1– Quem narra o texto, também é personagem da
história. Identifique a passagem que comprova isso:
a) ( )“E eu, confesso, não deixo de ligar meu
secador de cabelo nem de usar a internet […]”
b) ( )“Para se mandar uma carta, era preciso
escrever à mão […]”
c) ( ) “As
pessoas começaram a usar e se esqueceram da tranquilidade de uma noite […]”
d) ( ) “Os
olhos arderam, as pessoas deixaram de ser espontâneas, o romantismo das velas
sumiu.”
2– Aponte o fato que motivou
a narrativa:
a) ( )a pergunta feita pelo professor de violão
clássico sobre a eletricidade.
b) ( ) o blecaute demorado na aula de música.
c) ( ) a comodidade proporcionada pela
eletricidade.
d) ( ) o retorno da luz na aula de música.
3– A autora do texto expõe uma
opinião no fragmento:
a) ( ) “[…] culpa de um gerador queimado por algum
raio […]”
b) ( ) “Assim como as crianças do século XXI não
sabem o que é viver sem computador […]”
c)( ) “A
energia elétrica, realmente, é essencial.”
d) ( ) “Para se enxergar à noite, era necessário
usar velas e lampiões.”
4- No trecho “[…] mas, ficar
totalmente sem ela, jamais.”, o pronome “ela” substitui:
a)( ) “a
eletricidade”
b) ( )“a televisão”
c) ( )“a internet”
d) ( )“a roupa amarrotada”
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